segunda-feira, 13 de julho de 2009

O distrito de Coimbra situa-se na região da Beira Litoral, contém 17 concelhos e apresenta grandes contrastes. Tem como vizinhos, o mar de um lado e as montanhas de outro, o que lhe permite grandes diferenças de clima, gozando por isso de clima temperado nas zonas mais próximas do clima mediterrâneo e de zonas climatéricas muito frias no interior, onde a precipitação de neve é mais frequente.

Este distrito é atravassado pelo rio Mondego, também conhecido pelo "Basófias" e que é o maior rio que nasce em Portugal e que condiciona a vida dos seus habitantes a nível económico e social.

É um distrito com uma acentuada importância turística dada a sua localização geográfica e à grande quantidade de monumentos históricos que possui. E entre estes magníficos encontra-mos o Convento de Santa-Clara-A-Velha, o qual tive o prazer de visitar no dia 12 e que fica para sempre na memória de quem o visita.

Apesar de ter sido atigido várias vezes pelas impiedosas águas do Mondego e após um avultado investimento, de muito trabalho e de muita investigação, este convento que remonta ao século XIV, lá conseguiu sobreviver com vida. Trata-se de um edifício construído em pedra de Ançã, estilo gótico tardio e abobadado.

E a visita começou com a apresentação de um pequeno filme que relata como tudo aconteceu e, foi assim:

Dona Mor Dias, uma mulher pertencente à nobreza, tinha como pretensão criar uma casa religiosa ligada à ordem de Santa Clara e, no séc. XIII lança a primeira pedra para a sua construção que não foi vista com bons olhos por parte dos monges de Santa Cruz.

No séc. XIV a raínha Santa Isabel, patrona deste convento, instalou aí as monjas clarissas, que para além de consumirem alguma comida vinda do exterior, como uvas, cereais, vinho, frutos secos...cultivavam a horta e o pomar e, claro, dedicavam-se à oração e aos bordados.

Neste mosteiro, para além das monjas, viviam também mulheres da nobreza, da burguesia e mulheres que desempenhavam tarefas humildes e trabalhos de limpeza e cozinha.

Nos paços da raínha e junto ao mosteiro, viveram D. Pedro e D. Inês de Castro. Esta foi sepultada após a sua morte, na sua igreja, antes de ser transladada para o Mosteiro de Alcobaça.
Estas freiras nunca viveram tranquilas devido às fortes e impiedosas inundações das águas do rio e, após mais uma das enormes cheias que invadiu este local, elas viram-se obrigadas a construir um piso intermédio e abandonar a parte inferior do templo.

Entretanto D João IV mandou construir o mosteiro de Santa Clara a Nova, para onde as clarissas se mudaram, dando origem ao declíneo do antigo convento.

Em 1910 foi considerado monumento nacional.

Aconselho vivamente a visitar este magnífico edifício, onde podemos conhecer detalhadamente a vida das clarissas, relembrando um pouco a nossa história e usufruindo também da zona circundante onde se encontra o edifício novo, que funciona como centro interpretativo do monumento.

O mosteiro sobreviveu ao longo de tantos séculos e cabe-nos a nós mantê-lo vivo e pensar que se cada uma daquelas pedras falasse, nos iria contar quanto sofrimento e quantas lágrimas ali foram derramadas ...............


Boa visita!!!

Sem comentários: