sexta-feira, 24 de dezembro de 2021


A história do bolo-rei

À semelhança do que sucede com a grande parte dos costumes atuais, perde-se no tempo a verdadeira origem do bolo-rei.
Existe toda uma simbologia com mais de 2000 anos de existência em relação a este bolo que representa os presentes que os três Reis Magos deram ao Menino Jesus aquando do seu nascimento: assim, a côdea simboliza o ouro; as frutas, cristalizadas e secas, representam a mirra; e o aroma do bolo assinala o incenso. Também a presença da fava tem a sua explicação. Segundo a lenda, quando os Reis Magos viram a estrela que anunciava o nascimento de Jesus, disputaram entre si qual dos três seria o primeiro a brindar o Menino. Para terminar a discussão, um padeiro confecionou um bolo e escondeu no seu interior uma fava. O Rei Mago a quem calhasse a fatia de bolo contendo a fava seria o primeiro a entregar o presente.
O bolo-rei como atualmente o conhecemos terá surgido em França no reinado do rei sol, Luís XIV, era “presença habitual” nas festas do Ano Novo e do Dia de Reis, segundo o testemunho de alguns escritores como Madame Françoise de Mottevile e Saint Simon. O pintor Jean-Baptiste Greuze, celebrizou o bolo-rei num famoso quadro, com o nome de "Gâteau des Rois". Com a Revolução Francesa o bolo-rei foi proibido em virtude da sua alusão à figura real, os pasteleiros em vez de acabarem com o bolo resolveram continuar a confecioná-lo e designaram-no Gâteau des Sans-cullotes. Sans-culottes foi a denominação dada pelos aristocratas aos artesãos, trabalhadores e até pequenos proprietários que participaram na Revolução. Cullotte era uma espécie de calção justo que se apertava à altura dos joelhos, peça de roupa típica da nobreza. Já os "sans-culottes" vestiam calças compridas de algodão grosseiro. Estes eram, normalmente, os líderes das manifestações nas ruas.
O bolo-rei português tem origens francesas, apesar do bolo popularizado em Portugal no século XIX nada ter a ver com o existente na maior parte das províncias francesas a norte do rio Loire, na região de Paris, onde o bolo é uma rodela de massa folhada recheada de creme designado Galette des Rois. O bolo-rei que se passa a confecionar em Portugal a partir dos anos 70 do século XIX, segue a receita a sul de Loire, um bolo em forma de coroa feito de massa lêveda. Foi a Confeitaria Nacional a primeira casa que em Portugal produziu e vendeu o bolo-rei cerca de 1870. Este bolo era feito pelo afamado confeiteiro Gregório através duma receita que Baltazar Castanheiro Júnior (filho do fundador da Confeitaria) trouxera de França.
Em 1910, com implantação da República em Portugal, o bolo-rei ficou em risco por conter a palavra "rei" no nome.
Mesmo assim, os confeiteiros e pasteleiros decidiram continuar a confecionar o bolo sob outras designações. "Bolo-presidente", "bolo-Arriaga", "Ex-bolo-rei" ou "bolo de Ano Novo". No entanto, a população continuou a designar o bolo pelo nome de bolo-rei, até hoje.
Fonte: Blogue Estórias da História
sabia?

Receita

1 Kg de Bolo Rei
300 ml de Agua
100gr de Ovos(2)
70gr de Levedura (fermento fresco) ou (1 saqueta fermento seco - Fermipan))
25gr de Bebida ou aroma vegetal
450gr de Fruta sortida picada
150gr de Sultanas
150gr de Frutos secos
q.b. de Frutos para decorar

Amassar o produto com a água, os ovos e as bebidas, cerca de 5min.
Juntar a levedura e amassar durante ± 15min.
Descansar 5min.
Juntar as frutas e deixar amassar apenas o tempo necessário para as envolver bem.
Descansar 30min.
Pesar, enrolar e colocar em tabuleiros untados ou forrados com papel siliconizado.
Deixar levedar 30-45min.
Pintar com ovo e decorar com fruta.
Levar a cozer durante cerca de 25minutos a 200ºC.



terça-feira, 14 de dezembro de 2021

 Por que se come peru no Natal? E o bacalhau, por que se tornou tradição?

Com o aproximar do Natal, as notícias interessantes também vão chegando


Antigamente as praças de Lisboa enchiam se de bandos de perus que chegavam à cidade. Os vendedores, usando canas com mais de um metro e meio de comprimento, mantinham as aves todas juntas, enquanto caminhavam pelas ruas da capital.
O peru é sem dúvida, a tradição de Natal mais antiga da consoada. Uma tradição que, segundo os historiadores, terá começado ainda antes, no século XVI, altura em que esta ave exótica chegou a Portugal vinda das Américas, na época dos Descobrimentos, através dos castelhanos. Tudo começou, por esta ave ser vista pela nobreza com um «sinal de poder» e «de ostentação», passando a usá-la em todos os banquetes e festas, incluindo o Natal. «Inicialmente era a refeição festiva do clero, da nobreza e da alta burguesia por ser uma ave de grande aparato. O peru entrou na consoada através da mesa dos ricos.
O peru só era consumido depois da Missa do Galo. A Igreja impunha jejum de carnes nos dias antes do Natal. Foi a necessidade de respeitar as regras católicas que transformou o bacalhau num dos pratos principais desta festa cristã. O jantar do dia 24 era a última do período de jejum. Comia-se peixe, à meia-noite ia-se à Missa do Galo e depois regressava-se a casa para celebrar com carne e doces. Foi assim, que se fixou a tradição do bacalhau na noite de consoada. Uma tradição que começou no Minho, onde o bacalhau chegava primeiro.
Fonte: Noticias Magazine
Imagem: NET

quinta-feira, 9 de dezembro de 2021