terça-feira, 31 de outubro de 2017

BOA CRÍTICA HUMORÍSTICA  AO MALDITO ACORDO ORTOGRÁFICO.*
Requiem para um HACORDO HORTOGRÁPHICO
Era uma vez um Acordo
Que de tão mal acordado 
Causou zanga e confusão
Deixou tudo baralhado
O cágado ficou cagado,
Coitado do animal
Tão envergonhado estava
Que deixou de dar sinal
Os egitos no Egito
Não sabiam que fazer
Se ficar pelas pirâmides 
Se beber para esquecer
O junho ficou minúsculo
Todos os outros também   
Gritava o dezembro, fulo:
- Sou agora um Zé-Ninguém !
O pára passou a para
Mas que grande confusão
O trânsito ficou parado
Andava-se em contramão
O pêlo chamado pelo
E já ninguém se entendia
Uns rezavam ao Diabo 
Outros à Virgem Maria
O facto ficou de fato
Mas não lhe serviu de nada
E reclamava sempre:
- Sem o meu “c” não sou nada!
A receção sem o “p”
Sentia-se mesmo mal
Andava tão chateada
Que foi para tribunal.
- Que saudades  do meu “c”!
Lamentava-se o noturno
Grande farrista que era
Tornou-se muito soturno.
Espetadas e espetadinhas
Fugiam dos espetadores
Tinham fama de sexistas
Os desonestos senhores
Vivesse o douto poeta
Homem de bom critério
Diria hoje decerto:
- Vós que lá do vosso império
Decretais Acordo novo
Calai-vos, que pode o povo
Querer um Português a sério!

Notas :
1. Quaisquer grafias mais ou menos estranhas não são resultado do AO mas sim eventual liberdade poética. O “douto poeta” é, obviamente, António Aleixo.
2. Os versos são de autoria desconhecida, mas merecem Parabéns.




segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Com meu pai em Vista Alegre

Uma viagem ao mundo da porcelana …
Renovado entre 2014 e 2016, o Museu Vista Alegre pretende mostrar a história da fábrica, a evolução estética da produção de porcelana e a sua importância na sociedade portuguesa nos séculos XIX e XX através de um dos mais completos espólios useológicos do género.












O Museu Vista Alegre oferece diversas propostas de lazer e descoberta no Sítio Industrial da Vista Alegre, incluindo visitas para grupos escolas, bem como atividades vocacionadas para famílias e visitantes individuais, destacando-se as Oficinas de Pintura e Modelação.
Todos os visitantes poderão também passear livremente pelo Lugar da Vista Alegre, ficando a conhecer o Bairro Operário da Fábrica, testemunho da história da indústria em Portugal e da cultura e vivências operárias na Vista Alegre.
No lugar da Vista Alegre encontram-se igualmente abertas ao público as lojas Vista Alegre, Outlet e Bordallo Pinheiro, assim como a Cafetaria do Museu.





sexta-feira, 20 de outubro de 2017




Até os trevos de quatro folhas, cheios de sorte, esticaram a folha de rosto para espreitar aquela pequena caixa de madeira em flor. Era magnífica. As pernas das mesas fraquejaram e os peixes luminosos mergulharam no espanto mais profundo. As maçãs bravo bateram palmas, a trança embutida da cómoda de laca japonesa desmanchou-se e o piano pisou a cauda. A flor de fogo começou a rodar e foi rodando, rodando cada vez mais depressa, numa roda viva de pétalas incandescentes. 

A Tangram e a Estatística estavam fascinadas, nunca tinham visto nada assim. Na madeira preta polida da caixinha que rodopiava refletiam-se as labaredas da flor-girândola e minúsculos colibris de lume brando deixavam no ar um rasto de pólen prateado e dourado. 

– Uma vez, vi um passarinho verde. – disse a Tangram. – E também já vi passarinhos a bailar, mal acabam de nascer. E um pássaro alfaiate que subia bainhas e descia as escadas. E um pássaro bico-de-lacre, um pássaro de bico fino, um pássaro de bico grosso, um pássaro de olhos em bico e um pássaro com bico d’obra… E até já vi um pássaro que virava o bico ao prego. Mas nunca tinha visto, nunca, um pássaro de fogo… é impressionante, nunca imaginei… Um pássaro que é fogo! Incrível!

– Não sei qual é o espanto! – disse a Hipátia, muito séria. – Há pássaros de fogo assim como há cães-de-água, é simples. Só existe aquilo em que acreditamos. Acreditar é criar mundos, é dar vida às coisas para que a vida acredite em nós.

de A Caixa de Hipátia








terça-feira, 17 de outubro de 2017

PORTUGAL ESTÁ DE LUTO



O aproveitamento político da tragédia incendiária vivida provoca-me tantas náuseas que chego a ficar roxa! Há que ter, em primeiro lugar, respeito pelas vítimas e seus familiares! Depois, de forma pragmática, há que por mãos à obra ( todos nós, cidadãos ativos) e impedir com ações concretas que tragédias como as que vivenciamos se voltem a repetir! O "resto" são manobras de diversão para imbecis.