terça-feira, 28 de agosto de 2012


Aldeia do Bispo



Um dia de férias passado na Aldeia do Bispo, para assistir a um magnífico espetáculo “ Capeia arraiana”.

Aldeia do Bispo
Trata-se de uma aldeia arraiana e agrícola, cujos naturais são conhecidos por “ labregos” e “ lagarteiros”, situada a poucos Km do Sabugal. Possui cerca de 200 habitantes e é notória uma forte vontade dos mais jovens em recuperar as casas, mantendo, a traça antiga das mesmas.
E, foi numa destas humildes e magníficas casas recuperadas, que a bela Daniela e sua linda família nos receberam, com um almoço bem caprichado, para o qual eu deixo os meus parabéns.
Tarefa difícil é a minha, para conseguir expressar o conjunto de sensações e sentimentos que vivi neste dia. A dona da casa e toda a família foram de uma atenção e simpatia sem limites e por isso resta-me apenas deixar um grande xi coração e MUITO OBRIGADA por tudo.



Aqui tivemos o prazer de assistir a uma capeia arraiana, ou seja, uma corrida de touros, cuja origem surgiu em terras de Ribacôa, nas aldeias da raia (espanhola). È considerada património etnográfico, com caraterísticas únicas no mundo. Trata-se de tradição com raízes ancestrais, cuja festa começa logo pela manhã, com um verdadeiro êxodo de motos, 4x4, tratores, bicicletas, cavalos…para quê? Para ir buscar os touros alugados para tal evento, que atravessam a estrada nacional 332, fechada ao trânsito, para o efeito e, se dirigem para a porta da praça, onde entram os touros e cavaleiros.
 Podemos também observar os rostos dos espetadores empoleirados nas cancelas, com seu ar de impacientes para ver passar o tropel na expetativa de que nenhum touro se escape.











Eis que surge o tão esperado momento – ENCERRO- a entrada dos touros e cavaleiros na praça ou largo do corro, acompanhada de gritos por parte dos espetadores. Os touros entram ao monte e as portas pesadas se fecham, ao acompanhamento de um forte coro de palmas e gritos de encorajamento fazem-se ouvir.
Os touros sacodem a cabeça em atitude de desafio e provocação. As portas dos curros abrem-se e os touros são forçados a entrar no curral, o que pode demorar horas. Novamente se faz ouvir o estridente bater de palmas.





Terminado o encerro os ânimos acalmam por alguns instantes, pois dentro de momentos terá lugar a Prova, onde será avaliada a valentia dos touros, através da lide de um exemplar.



A porta do curro é aberta para o touro entrar na arena, que corre com toda a fúria e em todos os sentidos. É aqui que lhe é apresentado o FORCÃO, onde o animal revela a sua casta em poucos minutos e a multidão aplaude.




 Segue-se o almoço por volta das 13 horas. A capeia arraiana é uma verdadeira festa, pois os vendedores ambulantes instalam-se junto à praça, provocando uma mistura de odores de fumo e carne grelhada com os que provêm das casas de aldeia.
Após o almoço a festa continuou com o PEDIDO DA PRAÇA com a entrada de um tamborileiro na arena, montando cavalos ornamentados. Surgem em fila indiana os mordomos com os seus acessórios típicos: uma espécie de lenços bordados sobre os ombros.





Cerca de 30 homens entra na praça e pega no forcão- instrumento de lide dos touros, com mais ou menos 300 Kg e de forma triangular. É feito com troncos de carvalho e pinho.

















O que este tipo de animação tem de positivo para mim, é que o touro não é picado nem abatido e no final não há vestígios de ferimento nem de sangue.

5 ou 6 touros correm de igual modo. Eis que surge o momento culminante da corrida- desencerro – os touros voltam aos campos escoltados pelos cavaleiros que participaram no encerro.








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