Mestre corvo,num ramo empoleirado,
Tinha no bico um queijo amanteigado.
Vem a raposa ao cheiro que a regala,
E faz-lhe mais ou menos esta fala:
"Viva, Senhor Dom Corvo! Eu vos saúdo!
Aceitai a minha homenagem!
Que maravilha! Sois perfeito em tudo!
Juro que, se ao explendor dessa plumagem
A voz que tendes se compara,
Não sois corvo, senhor! Sois ave rara!"
Ouvindo tanta louvaminha,
Perde o corvo a cabeça - e no desejo
De fazer admirar a bela voz que tinha,
Abre o bico... e é de ver, deixa cair o queijo.
Apanha-o a raposa, e diz com ar matreiro:
" Sabei caro senhor, que sempre o lisonjeiro
Explora aqueles que o escutam por seu mal...
Esta minha lição vale um queijo ou não vale?"
Vendo então a esparrela em que fora apanhado
- Um pouco tarde, é certo - o corvo prometeu,
Confuso e envergonhado:
" Noutra não caio eu"
moral da história: Não dês ouvidos a quem te inveja.
Sem comentários:
Enviar um comentário