segunda-feira, 3 de agosto de 2009

A minha terra

Pampilhosa
Até ao século XX, esta foi uma povoação por excelência rural que veio a sofrer grandes transformações com a construção da linha do Caminho de Ferro da Beira Alta, a qual fazia ligação com a Europa e, que deu origem a que esta pacata aldeia se transformasse num entroncamento com um grande núcleo populacional.
Estas linhas atravessavam os campos baixos da Pampilhosa, ou seja, os chamados
" barrios" ou barreiras, dada a existência de grandes quantidades de barro vermelho, o que despertou a atenção dos senhores industrias.
E, assim chegaram de Vila Nova de Gaia os técnicos da cerâmica e, instalaram as suas empresas, que obtiveram um tal êxito, que na década de 20, podiam-se contar três grandes fábricas de cerâmica, quinze fornos de cal, quatro fábricas de serração, carpintarias, uma fábrica de resina, oficinas de repicagem de limas e fundição de metais, uma fábrica de produtos químicos, moagem, armazéns de sarro, de adubos e de borras de vinho.
O fluxo populacional fez-se notar de tal ordem, que o centro da terra deixa de ser na Pampilhosa Alta, como então chamada e, passa a ser junto do entroncamento ferroviário, onde se fixam as famílias e, assim o comportamento urbano, veio alterar toda a ruralidade até então existente.
A Pampilhosa é uma terra com um património histórico e cultural bastante rico. Foi doada ao Mosteiro de Lorvão em 1117 e, foi sua pertença até ^`a extinção das ordens religiosas. Era uma aldeia que possuia vinhas, terras, currais, pomares, campos de regadio e uma torre. As freiras chegaram mesmo a mandar construir um celeiro com o objectivo de receberem as rendas que eram tributos pagos em cereais, vinho e azeite.
Existe também uma casa rural quinhentista, que foi mandada edificar no século XVI, que é actualmente o " Museu do Porco" e que vale a pena visitar, pois é um espaço muito agradável e onde podemos reviver um pouco o passado. Aí apreciamos as alfaias agrícolas e os trajes, entre outros objectos da época e, até um consultório médico equipado, do qual eu ainda me recordo, pois há 50 anos atrás pertenceu ao Dr. Abel da Silva Lindo, que era o médico da terra e ia a todas as casa que necessitassem dos seus préstimos.

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