domingo, 13 de novembro de 2011


A letra mata o sentimento


Qual é o local mais usado na sua casa para dialogar com os familiares?
Talvez alguns respondam que é a  porta do frigorífico, ou outros, mais modernos, digam que é a tela do computador, a Internet.
Pode parecer absurdo, mas não é. Certa vez, uma senhora disse que as fábricas deveriam aumentar as dimensões dos frigoríficos, pois assim ela teria mais espaço para conversar com a família.
Uma filha, tentando encurtar a distância existente  entre ela e a mãe, enviou um e-mail, um bilhete eletrônico, dizendo:  Olá mamã!  Agora eu tenho o meu e-mail. Se quiseres podes-te  corresponder comigo.     Um beijo.   E assinou seu nome no final.
Se tais situações acontecem é porque as pessoas acreditam que essa é  uma forma de diálogo, quando é apenas uma forma de se corresponder com alguém.
Para que haja um diálogo efetivo, é preciso estar frente a frente com o interlocutor a fim de perceber o que ele sente nas suas expressões mais secretas.
Como é que um filho, por exemplo, grafará suas amarguras e suas inquietações num pedaço de papel?
A letra mata o sentimento, seja ele saudável ou não.
Mas, quando olhamos nos olhos, temos uma noção mais exata do que vai na alma daquele que nos fala.
Uma vez  uma jovem que vivia distante dos pais escreveu para sua mãe dando-lhe notícias.
A jovem havia dialogado com uns amigos por algumas horas. Contara os seus dramas. Falara que estava envolvida com um rapaz de conduta duvidosa e engravidara dele.
Agora não sabia o que fazer, estava perdida. Mas não conseguia contar os fatos aos pais e escrevia para a mãe dizendo que estava tudo bem.
Perguntaram-lhe porque não escrevia a verdade, ao que ela respondeu, entre lágrimas, que o papel aceita tudo e que os pais nunca se importaram com os sentimentos, uma vez que sempre se utilizaram de bilhetes para se comunicar.
Talvez muitos de nós optemos pela correspondência à distância para fugir das dificuldades, que sabemos existir.
Todavia, de nada vale tentar enganar-nos adiando os problemas indefinidamente. Chegará um dia em que os teremos que enfrentar face a face.
E, nesse dia, talvez eles já tenham tomado dimensões tão grandes que se torne bem mais difícil encontrar a solução adequada.
Dessa forma, não importa que o nosso local de diálogo em família seja um cantinho qualquer. Basta que caiba, pelo menos, duas pessoas frente a frente.
Olhar nos olhos, que são as janelas da alma, é de suma importância para se detectar o que vai por trás de simples gestos e palavras.
E que a porta do frigorífico, além de servir para pendurar os cartões de disque tudo, nos sirva apenas para deixar um lembrete simples, um recado importante, uma declaração de amor.
E que o correio eletrônico da Internet nos possa  servir para transmitir um arquivo, um cartão de congratulações...


Pense nisso!



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    Tiago Albuquerque










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