A letra mata o sentimento
Qual é o local mais
usado na sua casa para dialogar com os familiares?
Talvez alguns
respondam que é a porta do frigorífico, ou outros, mais modernos, digam que é a
tela do computador, a Internet.
Pode parecer
absurdo, mas não é. Certa vez, uma senhora disse que as fábricas deveriam
aumentar as dimensões dos frigoríficos, pois assim ela teria mais espaço para
conversar com a família.
Uma filha, tentando
encurtar a distância existente entre ela e a mãe, enviou um
e-mail, um bilhete eletrônico, dizendo: Olá mamã!
Agora eu tenho o meu e-mail. Se quiseres podes-te corresponder comigo. Um
beijo. E assinou seu nome no final.
Se tais situações
acontecem é porque as pessoas acreditam que essa é uma forma de
diálogo, quando é apenas uma forma de se corresponder com alguém.
Para que haja um
diálogo efetivo, é preciso estar frente a frente com o interlocutor a fim de
perceber o que ele sente nas suas expressões mais secretas.
Como é que um filho,
por exemplo, grafará suas amarguras e suas inquietações num pedaço de
papel?
A letra mata o
sentimento, seja ele saudável ou não.
Mas, quando olhamos
nos olhos, temos uma noção mais exata do que vai na alma daquele que nos
fala.
Uma vez uma jovem que vivia distante dos pais escreveu para sua mãe dando-lhe
notícias.
A jovem havia
dialogado com uns amigos por algumas horas. Contara os seus dramas. Falara que estava
envolvida com um rapaz de conduta duvidosa e engravidara dele.
Agora não sabia o
que fazer, estava perdida. Mas não conseguia contar os fatos aos pais e escrevia
para a mãe dizendo que estava tudo bem.
Perguntaram-lhe porque não escrevia a verdade, ao que ela respondeu, entre
lágrimas, que o papel aceita tudo e que os pais nunca se importaram com os
sentimentos, uma vez que sempre se utilizaram de bilhetes para se
comunicar.
Talvez muitos de nós
optemos pela correspondência à distância para fugir das dificuldades, que
sabemos existir.
Todavia, de nada
vale tentar enganar-nos adiando os problemas indefinidamente. Chegará um dia em
que os teremos que enfrentar face a face.
E, nesse dia, talvez
eles já tenham tomado dimensões tão grandes que se torne bem mais difícil
encontrar a solução adequada.
Dessa forma, não
importa que o nosso local de diálogo em família seja um cantinho qualquer. Basta
que caiba, pelo menos, duas pessoas frente a frente.
Olhar nos olhos, que
são as janelas da alma, é de suma importância para se detectar o que vai por
trás de simples gestos e palavras.
E que a porta do frigorífico, além de servir para pendurar os cartões de disque tudo, nos sirva
apenas para deixar um lembrete simples, um recado importante, uma declaração de
amor.
E que o correio
eletrônico da Internet nos possa servir para transmitir um arquivo, um cartão de congratulações...
Pense nisso!
Aprender a ser gentil: guia de boas maneiras facebookianas
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