Os 5 muros que ainda dividem populações no mundo
Israel, EUA, Coreia, Grécia e Ceuta: 25 anos após queda do Muro de Berlim, episódio
que simbolizou diminuição de fronteiras, barreiras físicas ainda existem em diversos
continentes.
Conheça cinco muros que ainda estão de pé
Felipe Amorim, Opera Mundi
Há 25 anos, caía na Alemanha o Muro de Berlim. Para muitos, o episódio sinalizava o início de
uma nova era, de expansão da globalização e diminuição das fronteiras — simbólicas e reais.
Um quarto de século após a queda deste ícone da Guerra Fria, ainda persiste, espalhada
pelo mundo, uma série de fronteiras muradas construídas para separar povos.
Abaixo, cinco desses “muros contemporâneos”:
1) CISJORDÂNIA-ISRAEL
O Muro da Cisjordânia — ou “Muro da Vergonha”, como é chamado pelos críticos da ocupação israelense — começou a ser construído em 2002, período da Segunda Intifada, e separa Israel
do território palestino da Cisjordânia. Na época, foi dito que o intuito era impedir a entrada de
palestinos para prevenir atos de terrorismo. Os que se opõem à barreira denunciam que o
muro é uma ferramenta utilizada por Israel para, além de interditar as negociações de paz por estabelecer unilateralmente novas fronteiras, também anexar gradualmente porções do
território palestino, muitas das quais passaram a abrigar assentamentos israelenses.
Atualmente, a parede de concreto, ferro e arame farpado tem cerca de 440 quilômetros de
extensão — se a construção da barreira for finalizada, cercando todo o território da Cisjordânia, o muro se estenderá para aproximadamente 700 quilômetros.
do território palestino da Cisjordânia. Na época, foi dito que o intuito era impedir a entrada de
palestinos para prevenir atos de terrorismo. Os que se opõem à barreira denunciam que o
muro é uma ferramenta utilizada por Israel para, além de interditar as negociações de paz por estabelecer unilateralmente novas fronteiras, também anexar gradualmente porções do
território palestino, muitas das quais passaram a abrigar assentamentos israelenses.
Atualmente, a parede de concreto, ferro e arame farpado tem cerca de 440 quilômetros de
extensão — se a construção da barreira for finalizada, cercando todo o território da Cisjordânia, o muro se estenderá para aproximadamente 700 quilômetros.
2) ESPANHA-MARROCOS: MUROS DE CEUTA E MELILLA
Ceuta e Melilla são o enclave espanhol na África e representam o resquício do colonialismo
europeu no continente africano. Sob o domínio espanhol, as duas cidades fazem divisa com
o Marrocos e estão muito próximas do Estreito de Gibraltar, pequeno intervalo oceânico que
separa os dois continentes. Até os anos 1990, a divisão entre os territórios espanhol e
marroquino era pouco perceptível, e o trânsito de pessoas de um local para o outro era comum.
Com a institucionalização da União Europeia e a política de livre-circulação dos cidadãos
europeus, a Espanha foi incentivada a apertar o cerco em suas zonas fronteiriças. Assim, foram erguidos os muros, que chegam, juntos, a 20 quilômetros de extensão, com o objetivo de
impedir a imigração de africanos para a Europa.
europeu no continente africano. Sob o domínio espanhol, as duas cidades fazem divisa com
o Marrocos e estão muito próximas do Estreito de Gibraltar, pequeno intervalo oceânico que
separa os dois continentes. Até os anos 1990, a divisão entre os territórios espanhol e
marroquino era pouco perceptível, e o trânsito de pessoas de um local para o outro era comum.
Com a institucionalização da União Europeia e a política de livre-circulação dos cidadãos
europeus, a Espanha foi incentivada a apertar o cerco em suas zonas fronteiriças. Assim, foram erguidos os muros, que chegam, juntos, a 20 quilômetros de extensão, com o objetivo de
impedir a imigração de africanos para a Europa.
3) EUA-MÉXICO
O muro construído pelos Estados Unidos na fronteira com o México é o símbolo da política
anti-imigração norte-americana. Num esforço contra os chamados “coiotes”, responsáveis por atravessar clandestinamente pessoas pela fronteira, Washington começou estabeler barreiras
físicas entre as cidades de El Paso e Ciudad Juárez, e também entre San Diego e Tijuana.
Com os ataques de 11 de Setembro de 2001, os EUA apertaram ainda mais o cerco, temendo
que terroristas pudessem entrar em território norte-americano via México.
anti-imigração norte-americana. Num esforço contra os chamados “coiotes”, responsáveis por atravessar clandestinamente pessoas pela fronteira, Washington começou estabeler barreiras
físicas entre as cidades de El Paso e Ciudad Juárez, e também entre San Diego e Tijuana.
Com os ataques de 11 de Setembro de 2001, os EUA apertaram ainda mais o cerco, temendo
que terroristas pudessem entrar em território norte-americano via México.
4) GRÉCIA-TURQUIA: MURO DE EVROS
A fronteira entre a Turquia e a Grécia era tida pela UE como a “porta dos fundos” para a
entrada de imigrantes na Europa. Por esse motivo, a Grécia, o país europeu mais afetado
pela crise econômica de 2008 e alvo de severas medidas de austeridade, resolveu
investir € 3,2 milhões (R$ 10,15 milhões) para erguer em 2012 um muro de mais de
10 quilômetros de extensão ao longo de um trecho da margem do rio Evros, fronteira natural
que separa a o território europeu dos vizinhos turcos.
entrada de imigrantes na Europa. Por esse motivo, a Grécia, o país europeu mais afetado
pela crise econômica de 2008 e alvo de severas medidas de austeridade, resolveu
investir € 3,2 milhões (R$ 10,15 milhões) para erguer em 2012 um muro de mais de
10 quilômetros de extensão ao longo de um trecho da margem do rio Evros, fronteira natural
que separa a o território europeu dos vizinhos turcos.
5) COREIA DO NORTE-COREIA DO SUL
Percorrida ao longo do Paralelo 38, a faixa de terra que divide a península coreana em dois
países tem 250 quilômetros de comprimento. Após o armistício que interrompeu sem pôr fim
formal à guerra entre os dois lados — símbolo do embate entre as duas superpotências
durante a Guerra Fria: o norte comunista, e o sul capitalista —, a porção de território foi
transformada em uma zona desmilitarizada. Ou seja, uma faixa “neutra” onde militares das
duas Coreias podem transitar, mas sem cruzar a linha que demarca o território de cada um
dos países.
países tem 250 quilômetros de comprimento. Após o armistício que interrompeu sem pôr fim
formal à guerra entre os dois lados — símbolo do embate entre as duas superpotências
durante a Guerra Fria: o norte comunista, e o sul capitalista —, a porção de território foi
transformada em uma zona desmilitarizada. Ou seja, uma faixa “neutra” onde militares das
duas Coreias podem transitar, mas sem cruzar a linha que demarca o território de cada um
dos países.
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