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terça-feira, 15 de abril de 2014

Aqui está a explicação.
A tradição dos folares e o jejum da Quaresma
As tradições dos ovos e coelhos da Páscoa, bem enquadradas no espírito consumista dos nossos dias, nada têm a ver com as raízes nacionais. São importadas de outras culturas, com reminiscências pagãs, associadas ao culto da fertilidade, sem origens definidas, que tanto podem vir da Europa Oriental como da China.
Em Portugal, sobretudo em Trás-os-Montes, a tradição gastronómica incide sobre a confeção dos folares. São particularmente famosos os de Vinhais, de Valpaços e de Chaves. Após o prolongado jejum da Quaresma, os folares aparecem recheados das melhores carnes que, ao longo de semanas, estiveram arredadas das mesas transmontanas.
Note-se, contudo, que a relação do “folar” com a tradição pascal vai para além desta especialidade gastronómica. O folar é também a prenda, geralmente em dinheiro, que os padrinhos dão aos afilhados, após receberem o ramo benzido no “Domingo de Ramos”. Mas é também a colheita remuneratória dos párocos, feita nesta altura do ano, junto das famílias, e traduzida numa expressão ainda hoje conhecida: “tirar o folar”.


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