quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

NINGUÉM É DE NINGUÉM

NINGUÉM É DE NINGUÉM ...
...que grande treta esta...senão vejamos

Este é o pensar de uma geração tribalista, que bebe uns uísques, dá uns beijos sem compromissos e grita de braços no ar " ninguém é de ninguém" e, que logo a seguir e passado o efeito desta anestesia, corre para o terapêuta ou para casa do melhor amigo a fim de reclamr a solidão e a ausência de interesse das pessoas.

A maioria não quer ser de ninguém mas, quer que alguém seja seu. Ser acariciado e mimado é muito bom? Claro que é! Quem não gosta? Viver sem compromissos e rodeado de amigos, é excelente. Mas, as reclamações surgem. Os tribalistas esqueceram-se de que " toda a acção, tem uma reacção"? As consequências podem ser boas ou más, como tudo nesta vida.

A verdadinha é que não dá para ficar com a cereja do bolo, beijar e namorar e não ser de ninguém, porque para comer a cereja, tem que comer o bolo e os seus ingredientes.Claro que o telefonema do dia seguinte surge. Começa o namoro a que os tribalistas chamam de namorix. Podem ter quantos namorados quiserem e todos ao mesmo tempo, porque não existe paixão pelos seus namorix, apenas gostam da companhia um do outro, e, assim fica a ilusão de que não estão sós e ninguém se pode queixar de nada.

Trata-se pois de uma geração que não sabe o que é a troca de cumplicidade, de carinho, afecto e amor, porque apenas deseja a cereja do bolo tribal. Namorar não é cobrar, é cuidar do outro e ser cuidado, é ter com quem ir ao cinema de mão dada, é fazer um telefonema e dizer " bom dia ", é ter um ombro para chorar, é ter alguém para mimar. Amar se aprende amando. Relação é sinónimo de desilusão e para provar esta tese, é só olhar à nossa volta e ver a quantidade de divórcios existentes.


Felizmente que nos dias que correm podemos optar pela liberdade e não "comer o pão que o diabo amaçou, até à morte", pois somos responsáveis pelas nossas escolhas. É na troca de afectos, experiências,sensações e conflitos, que aprendemos a relacionar-mo-nos. Não precisamos necessariamente de amar e de estarmos subjugados aos conceitos que nos transmitiram, por isso podemos fazer opções, por isso somos livres mas, ser livre, não é beijar na boca e não ser de ninguém.

Ser livre é ser corajoso, é dar e receber, é ter a alma disponível, é ser autêntico, é compartilhar momentos de alegria e rir , tirando partido dos maus momentos.


Por isso, quando eles gritam " ninguém é de ninguém", é o mesmo que gritar que não têm ninguém também.

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