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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

É tempo de pensar o tempo

 
O tempo...

O que mede os relógios é o tempo. Não sei que tempo é esse. Nunca temos tempo para nada. Não temos tempo para pensar.Não temos tempo para perguntar muito menos para esperar pela resposta. Não temos tempo para decidir qual o rumo a tomar,nem tão pouco, tempo para chegar ao destino. Não temos tempo para se programar o futuro, porque o futuro é construído segundo após segundo, é sempre o segundo que se segue.

Hoje é tudo a correr, é tudo muito rápido, muito apressado. Parece que há uma necessidade colectiva de viver a correr, como que uma competição. Comida rápida para uma rápida digestão. O namoro é rápido, o noivado  ligeiro e o casamento é em alta velocidade e tudo se faz num piscar de olhos.
Lembro-me de ser criança e o tempo não passava, era tudo muito lento. Hoje é tudo a correr. Comunicar é rápido, pela Internet. Atender é tão rápido , como rápidos são os amores, o café expresso, os aviões a jacto e os carros velozes. Logo o tempo cada vez se torna mais curto para a vida que nos propomos ter.

Então a culpa é do tempo?
Atropelamos tudo na vida por falta de tempo, porque não há tempo para planear a vida?

Até as amizades são rápidas, a paz é instantânea e a liberdade é contada. Vivemos nas badaladas do relógio, onde o tempo não para nem um segundo.

As visitas que antes eram de prazer, alegria e convívio, agora são rápidas. É tempo de consumismo exagerado. O tempo é de ouro, é dinheiro. É tempo das compras parceladas e das dívidas à vista. Vivemos num tempo de corrupção rápida para obter dinheiro fácil.

Tempo que quanto mais eu falo, mais perco o tempo, tentando explicar o meu sentido de tempo. Explicação que afinal só pode ser feita por alguém que pensa no tempo como algo inerente ao próprio tempo. Ou será lento esse alguém?

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