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terça-feira, 31 de outubro de 2017

BOA CRÍTICA HUMORÍSTICA  AO MALDITO ACORDO ORTOGRÁFICO.*
Requiem para um HACORDO HORTOGRÁPHICO
Era uma vez um Acordo
Que de tão mal acordado 
Causou zanga e confusão
Deixou tudo baralhado
O cágado ficou cagado,
Coitado do animal
Tão envergonhado estava
Que deixou de dar sinal
Os egitos no Egito
Não sabiam que fazer
Se ficar pelas pirâmides 
Se beber para esquecer
O junho ficou minúsculo
Todos os outros também   
Gritava o dezembro, fulo:
- Sou agora um Zé-Ninguém !
O pára passou a para
Mas que grande confusão
O trânsito ficou parado
Andava-se em contramão
O pêlo chamado pelo
E já ninguém se entendia
Uns rezavam ao Diabo 
Outros à Virgem Maria
O facto ficou de fato
Mas não lhe serviu de nada
E reclamava sempre:
- Sem o meu “c” não sou nada!
A receção sem o “p”
Sentia-se mesmo mal
Andava tão chateada
Que foi para tribunal.
- Que saudades  do meu “c”!
Lamentava-se o noturno
Grande farrista que era
Tornou-se muito soturno.
Espetadas e espetadinhas
Fugiam dos espetadores
Tinham fama de sexistas
Os desonestos senhores
Vivesse o douto poeta
Homem de bom critério
Diria hoje decerto:
- Vós que lá do vosso império
Decretais Acordo novo
Calai-vos, que pode o povo
Querer um Português a sério!

Notas :
1. Quaisquer grafias mais ou menos estranhas não são resultado do AO mas sim eventual liberdade poética. O “douto poeta” é, obviamente, António Aleixo.
2. Os versos são de autoria desconhecida, mas merecem Parabéns.




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