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terça-feira, 9 de julho de 2013

Um dia de Verão
 ilha da berlenga- Peniche

I PARTE

Saída de Coimbra num autocarro com destino à ilha da Berlenga em Peniche, por volta das 07:30 horas e chegada ao cais de Peniche às 10:00 horas.

Peniche é uma cidade implantada numa península com cerca de dez quilómetros de perímetro criada por um tômbolo. O extremo ocidental da península é o Cabo Carvoeiro. A costa, que tem aspectos surpreendentes e deslumbrantes, é formada por imponentes rochedos, extensas e belas praias.
Enquanto esperávamos pelo barco que nos iria transportar até à ilha, aproveitamos para fazer uma rápida visita ao Forte que ali se encontra.

O Forte de Peniche alberga muitas histórias que são parte da história do PCP e da resistência ao fascismo. Uma delas, pela sua coragem e importância, merece especial referência: a fuga de 3 de Janeiro de 1960 que devolveu à liberdade e à luta dez destacados dirigentes e militantes do PCP: Álvaro Cunhal, Joaquim Gomes, Carlos Costa, Jaime Serra, Francisco Miguel, José Carlos, Guilherme Carvalho, Pedro Soares, Rogério Carvalho e Francisco Martins Rodrigues.


Trata-se pois de uma das prisões de mais alta segurança do fascismo, que ainda hoje nos arrepia, “pela sua monstruosidade”, pois ao entrar na grande fortaleza, deparamo-nos com um monumento marcante para a história revolucionária do nosso país.
Por acaso, fomos num dia em que o mar estava muito calmo e tranquilo mas ao entrar no forte, imaginei um dia de mar agitado, a rebentar nas suas espessas muralhas a provocar estrondosos ruídos e as gaivotas que por ali predominam, a marcar a sua presença com os seus gritos ásperos a ecoarem pelos penhascos dentro. E, à medida que me ia deslocando no seu interior, ia imaginando as vozes silenciadas, torturadas, caladas, a qualquer preço e de qualquer maneira e eu senti raiva, terror e injustiça.



 O SEGREDO

CELA


CORREDOR


PARLATÓRIO  
Testemunho de 1966
"Tem entrada independente para presos e visitas. Está dividido por uma banca de cerca de 2 metros de largo que separa as visitas dos presos. A banca tem ao meio um vidro e uma rede metálica. A visão é difícil e a audição uma tortura desde que haja mais de dois presos na visita. Os guardas chegam a ter a cara a 5 centímetros da cara dos presos. Este parlatório é provisório há 5 anos. O diretor diz que o que está a ser construído não será maior, será ainda pior e terá gravadores para gravar todas as conversas..."
  Decreto Lei nº 26643 de 28 de Maio de 1936
"(...) art. 309 - As conversas terão lugar por forma que o funcionário que a elas assistir as possa ouvir e compreender."

                                          parlatório

















II PARTE



A oeste da península de Peniche e a 16 Km, no meio do Atlântico, ergue-se o arquipélago das Berlengas , que se trata de um possante bloco granítico.
Fazem parte deste arquipélago três pequenos ilhéus:

A Ilha da Berlenga ou Berlenga Grande divide-se em duas partes, quase totalmente separadas por uma falha sísmica que a norte deu origem ao chamado Carreiro dos Cações e a sul ao Carreiro do Mosteiro. A parte maior da ilha, chama-se Berlenga e representa mais de 2/3 da superfície total da ilha; a parte menor chama-se Ilha Velha.
A Reserva Natural da Berlenga é considerada Reserva Mundial da Biosfera da UNESCO desde 30 de Junho de 2011


Chegada à ilha por volta das 12:15 horas
Seguiu-se a visita às grutas nas pequenas embarcações que por ali se encontram para tal efeito e que demorou cerca de 40 minutos.
Após a visita seguiu-se a hora do repasto, “ piquenique" , debaixo de um sol escaldante, pois esta ilha é totalmente despovoada de sombras e de árvores ou qualquer outra vegetação. Tivemos por companhia as gaivotas que pairavam sobre nós, e  se aproximavam de vez em quando, na esperança de encherem o papo.

Barriguinha cheia de comida e de “sol”, metemos pés ao caminho pelo carreiro do Mosteiro que dispõe do único restaurante com esplanada, onde tomamos o nosso café e nos refrescamos com água fresca, para ganhar coragem de fazer uma longa caminhada até ao Forte de S. João Batista, ao som agressivo das gaivotas que sobrevoam constantemente sobre as nossas cabeças, para defenderem as suas crias.












































E, no final do dia, já cansados mas com muita alegria e boa disposição regressamos a casa, para começarmos a fazer novos planos.

















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