Viajar é viver Parte I

Este fim de semana foi dedicado às terras do Demo, onde Aquilino Ribeiro ficou para sempre anfitrião destas terras bravas. Dizia ele que Cristo não passou por ali assim como El Rei.

São terras de homens que ficaram sempre, modeladas por suor, vidas trocadas por um pouco de pão, terras de bichos que aqui são irmãos dos homens, num convívio de natureza que pertenceu só aos tempos míticos.

                                  

Esta casa fou o berço de Aquilino Ribeiro. É modesta e reservada no interior de um pátio de mansão senhorial, que ainda se ufana do seu pórtico ameado com velho brasão de armas. 

 Casa de Rita de Almeida

                                                        

                       

Aqui são terras do Demo, diz Aquilino Ribeiro.Já não são, dizemos nós, desde que uma virgem " A Senhora da Lapa" milagrosamente lá quis habitar numa estranha  morada feita de rochedos.

Mas a grande surpresa é o grande rochedo que o templo abriga e onde se vê a abertura de uma gruta ( lapa). Conta o povo que uma pastora muda e inocente, terá encontrado a imagem há 500 anos atrás, enquanto brincava. 

No exterior do rochedo, pode ver-se a ceneografia de um presépio de Machado de Castro do séc. XVIII. 

Só passa quem não tiver pecados. Quem não passar tem de se purificar. Eu passei!

Quando entramos os nossos olhos espantam-se com os retábulos barrocos de forte dramatismo,entre os quais,a dolorosa descida da Cruz e o abandono de Cristo na Cruz com guardas romanos que as gentes chama de Judeus.