Um Momento de Reflexão
Sou professora
de Educação Visual e Tecnológica (disciplina extinta) do Agrupamento de Escolas
de Anadia e respondi ao desafio que me foi lançado para ter um pé na escola e
outro na CPCJ (Comissão de Proteção de Crianças e Jovens) de Anadia.
O contato
com esta realidade paralela ao mundo da escola, deu-me um outro olhar sobre os
alunos e transformou grandes problemas a nível escolar em pequenos problemas
comparados com a realidade com a qual me deparei.
Chegado o último
dia de trabalho antes do início das férias tao desejadas, e o ano letivo terminado,
papéis arrumados, relatórios entregues e de pensamento virado para o descanso
merecido, eis que surge uma proposta inesperada por parte do Agrupamento -
ficar como Representante do Ministério da Educação e da Ciência na Comissão de Proteção
de Crianças e Jovens ( CPCJ) de Anadia a tempo inteiro. Socorro! Não sabia o que fazer! Mas eu
encontrava-me com horário zero e o ano letivo que se aproximava não estava
definido. Se não aceitasse o cargo significava dizer não a um novo desafio, com
sérias probabilidades de vir a arrepender-me mais tarde e aceitei a proposta da
Direção.
Chegou o dia
em que dei início ao meu trabalho na CPCJ e tomei contato com alguns casos
acompanhados pela Comissão. Aqueles jovens que eu enquanto professora, estava
habituada a ver, até aqui, apenas como alunos, aparecem agora como elementos de
agregados familiares, muitas vezes extremamente complexos, com vivências muito
pouco adequadas à sua condição de jovens. E, naturalmente que a partir daí
passei a olhar para eles numa perspetiva completamente diferente. Saber
distinguir uma cor primária de uma cor secundária é um mero pormenor, quando à
nossa frente se encontra uma criança para a qual os maus tratos físicos ou
psicológicos são uma constante.
Há situações que por mais que nos custe não conseguimos
alterar e, outras há que por serem insustentáveis se alteram mas sem certeza de
melhoria. O presidente da Comissão costuma dizer que na escola as decisões são
traduzidas em aprovação ou reprovação e que podem ter repercussões na vida
futura do aluno, mas a este nível, uma decisão tomada, interfere diretamente na
vida da criança ou jovem.
Não deixa de ser curioso ouvir colegas cometar problemas de
comportamento de alguns alunos, e eu sorrio e penso que de fato as nossas prioridades
não podem ser sempre as mesmas. Sofrem mudanças, por vezes.
SITUAÇÃO DE RISCO:
De acordo co a lei de Proteção de Crianças e Jovens em
perigo (Lei n.º 147/99, de 1 de Setembro), a criança ou o jovem está em perigo
quando se encontra numa das seguintes situações:
- está abandonada ou entregue a si própria
- sofre maus tratos físicos ou psíquicos ou é vítima de
abuso sexual
- não recebe os cuidados ou a afeição adequados à sua idade
e situação pessoal
- é obrigada a atividades ou trabalhos excessivos inadequados
à sua idade, dignidade e situação pessoal ou prejudiciais à sua formação e
desenvolvimento
- está sujeita de uma forma direta ou indireta , a
comportamentos que afetam gravemente a sua segurança ou o seu equilíbrio
emocional
- assume comportamentos ou se entrega a atividades u
consumos que afetam gravemente a sua saúde, segurança, formação, educação ou desenvolvimento sem que os pais, o representante legal ou quem tenha a
guarda de fato se lhes oponham de modo adequado a remover essa situação
“A MELHOR MANEIRA DE REMEDIAR É PREVENIR”
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