terça-feira, 8 de outubro de 2013

Rei Arthur: Uma das Maiores Farsas da História



Este é um caso que se enquadra naquilo que vimos, repetidamente, apontando; os romances tomados como históricos que acabam distorcendo ou até criando história....

Qualquer historiador sério e sano de hoje em dia prontamente atestará, quaisquer que sejam os lamentos dos produtores de filmes de Hollywood, que Arthur nunca existiu.

Acima de qualquer dúvida o legendário rei tomou vida como a figura Elemental de um semideus, um tipo de Thor ou Wodin, embora para os contemporâneos do século 13, na Inglaterra, ele seria uma personagem histórica tão real como Ricardo Coração de Leão ou Eduardo, O Confessor.

Cuidadosa e diligentemente, os especialistas modernos revelaram para nós o que o folclore do século 13 não podia saber: Que Arthur não era histórico, mas foi "historicizado". Isto é, um número grande de escritores medievais e por diversas razões ou boa vontade escreveram sobre ele como se fosse uma pessoa real.

No começo do nono século, um autor conhecido para a posteridade como Nenius, escreveu sobre Arthur nas suas narrativas sobre as brigas entre os habitantes originais da Bretanha e os invasores Anglo-Saxões. A divindade foi promovida a um guerreiro que lutou com sucesso ao lado dos Bretões, em torno do ano 500.

No entanto, Arthur era uma breve, tediosa sombria e obscura figura e se sua história tivesse terminado por esta data, ele indubitavelmente chegaria a nossos dias pouco conhecido e raramente mencionado. Mas Arthur passou por um processo de aquecimento subsequente, que o transformou e conduziu para além de suas proporções.

Em 1130, um malicioso especialista de Oxford, chamado Goffrey de Monmouth, estabeleceu o que pode ser considerado a mais audaciosa farsa literária da Idade Média, senão de todos os tempos. "A História dos Reis da Bretanha", como seu livro veio a ser conhecido, sendo que não era nada do tipo. Era um trabalho de ficção, recheado com as necessárias crônicas de "bona fide", para convencer os crédulos. Nesta longa lista de reis imaginários, em um passado longínquo, o Rei Arthur, se torna agora o maior rei entre os bretões, chegando a ter sido o governante do mundo. 

Cinquenta anos depois um infinitamente mais responsável William de Newburg, com flagrante irritação afirmou: "tudo que este homem escreveu sobre Arthur e seus sucessores e até predecessores...foi construído!". Mas neste estágio, já era tarde: O livro de Geoffrey se tornou um "best-seller" medieval. Mesmo hoje, algo como 215 cópias manuscritas ainda sobrevivem, colocando-se bem à frente de outros rivais e secundado apenas pela Bíblia.

O tema virou uma indústria. Logo Arthur obteve um castelo denominado Camelot e uma hoste de cavaleiros e uma Távola Redonda. Foi apenas questão de tempo até ele adquirir uma tumba e até restos mortais, através de marketing de monges para reconstrução da Abadia de Glastobury, incendiada em 1184. No começo do século 13 a tumba foi aceita como fato e atestada.   

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