A FINLÂNDIA APOSTA NOS PROFESSORES.
E em Portugal ???
O país com a melhor educação do planeta é a Finlândia. Em quatro anos consecutivos, o país do norte da Europa ficou entre os primeiros lugares no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), que mede a qualidade de ensino. O segredo deste sucesso, segundo Jaana Palojärvi, diretora do Ministério da Educação e Cultura da Finlândia, não tem nada a ver com métodos pedagógicos revolucionários, uso da tecnologia na sala de aula ou exames gigantescos como Enem ou Enade. Pelo contrário: A FINLÂNDIA DISPENSA AS PROVAS NACIONAIS E APOSTA NA VALORIZAÇÃO DOS PROFESSORES E NA LIBERDADE PARA ELES PODEREM TRABALHAR. A diretora do ministério orgulha-se da imagem de seu país "tetracampeão" do Pisa. O ranking é elaborado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), e aplicado a cada três anos com ênfase em uma área do conhecimento. No último, em 2010, o Brasil ficou na 53ª colocação entre 65 países. Uma nova edição do Pisa será lançada em dezembro. O governo também não costuma inspecionar o ensino das 3.000 escolas que atendem 55.000 estudantes na educação básica. O material usado e o currículo são livres, por isso podem variar muito de uma unidade para outra. "Os professores planificam as aulas, escolhem os métodos. Não há prova nacional, não acreditamos em testes, estamos mais interessados na aprendizagem. Os professores têm muita autonomia, mas precisam ser bem qualificados. Esta é uma profissão desejada na Finlândia." Os docentes da Finlândia ganham, em média, 3 mil euros por mês, considerado um salário "médio" para o país. Para conquistar a vaga é preciso ter mestrado e passar por treinamento. O salário aumenta de acordo com o tempo de carreira do professor, mas não há bônus concedidos por mérito. A remuneração não é considerada alta. "Em compensação, oferecemos ao professor um ambiente de trabalho interessante." Jaana diz que a educação na Finlândia faz parte de uma cultura, resultado de um trabalho longo, porém, simples, mas evita dar lições ou conselhos a outras nações. "Temos muitas diferenças em relação ao Brasil, que é enorme, somos um país pequeno de 5,5 milhões de habitantes. Na Finlândia não temos a figura do Estado, a relação fica entre governo, município e escola. O sistema é muito diferente. A Finlândia não quer dar conselhos, nós relutamos muito relativamente a isso", afirma. Mais do que o bom resultado do país no Pisa, Jaana comemora a equidade entre as escolas – também apontada pelo exame. "Para nós, é o mais importante. Queremos que as escolas rurais localizadas nas florestas, ou do Norte que ficam sob a neve em uma temperaturas de -25 graus, tenham o mesmo desempenho das da capital, das áreas de elite. E, esse desempenho, é bem semelhante."
“A TECNOLOGIA É UMA FERRAMENTA, NÃO UM CONTEÚDO”
Tecnologia também não é o forte das escolas finlandesas, que preferem investir nas pessoas. "Não gostamos muito de tecnologia, ela é só uma ferramenta, não é um conteúdo em si. A Tecnologia pode ser usada ou não, não é um fator chave para a aprendizagem." A educação básica dura nove anos. Só 2% dos estudantes repetem o ano, o índice de conclusão é de 99,7%. O segredo do sucesso não está ligado ao investimento, segundo Jaana, que reforça que o país investe apenas 6% de seu PIB no segmento. "O sistema de educação gratuito não sai tão caro assim, é uma questão de organização", afirmou.
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